COVID- 19: saúde mental e telemedicina

 

China apresentou progressão dos serviços de saúde mental durante surto

 

 

Cerca de 20% da população global está de quarentena, essa atualização foi informada pelo The Guardian[1], na terça-feira (25). Diante desse cenário, as pessoas estão passando mais tempo na internet do que o habitual, só no Brasil, o tráfego via redes IP subiu 40% e o consumo de dados móveis cresceu 25%[2].

 

Somando todo o excesso de informação negativa e as circunstâncias atuais – as quais denotam momento de incerteza -, é mais do que necessário chamar atenção para a saúde mental. Segundo estudo publicado na International Journal of Biological Sciencies[3], em recente pesquisa envolvendo 1.563 profissionais da saúde, na China, após o primeiro surto, ficou constatado que 50,7% dos participantes demonstraram sintomas depressivos; isso sem contar os problemas de ansiedade e distúrbios de sono entre os profissionais.

 

A Universidade de Macau, havia designado uma equipe de aconselhamento individual para dar apoio à saúde mental das pessoas em quarentena, via telefone e WeChat[4]. Além disso, psicólogos e psiquiatras também haviam iniciado um trabalho de aconselhamento individual sobre plataformas eletrônicas e adotaram estratégias para aliviar o estresse através da mídia social.

 

Um estudo publicado na revista Emerging Infectious Diseases[5], apontou que a superabundância de (des) informações nas mídias sociais representou um grande risco para a saúde mental da população chinesa durante o surto. O artigo ainda destacou a importância da telemedicina como um meio para ajudar a remover barreiras ao acesso de qualidade à saúde mental.

 

No Brasil, a telemedicina ainda não possui regulamentação definitiva, mas de caráter excepcional (Portaria nº 467/20), ou seja, temporário, a fim de combater o coronavírus. Sendo assim, os médicos poderão emitir atestados ou receitas por meio eletrônico, frisando-se o dever do profissional em atender aos preceitos éticos de beneficência e sigilo das informações e autonomia.

 

Apesar de estar fora do meu alcance prever as consequências do “efeito coronavírus” na saúde mental dos brasileiros e, até mesmo, sobre a permanência destes danos, a telemedicina, em razão da comodidade e eficiência, está ganhando espaço e ao que tudo indica, poderá ser um ótimo aliado para quem precisa, nestes dias incertos.

 

[1] https://www.theguardian.com/world/2020/mar/24/nearly-20-of-global-population-under-coronavirus-lockdown

[2] https://www.tecmundo.com.br/internet/151213-pandemia-coronavirus-causa-lentidao-internet-mundo.htm

[3] https://biolsci.org/v16p1732.htm

[4] https://www.um.edu.mo/news-centre/news-and-events/news-and-press-releases/detail/49950/

[5] https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/26/7/20-0407_article

Foto_Thiago Martins
thiago@ramojuridico.com

Por Thiago Martins